Recuperação ou Ilusão???

Ora cá estamos novamente, e para falar da tão esperada retoma, ou recuperação económica.
Parece-me, e falando a sério, prematuro falar em qualquer um dos termos anteriores para descrever o momento económico que atravessamos. Primeiro estivemos À beira do fim do mundo e agora estamos qual phenix, a renascer das cinzas. Calma….Muita calma….. inspirem….., expirem……
Sim vivemos um momento complicado e sem precedentes na história económica e financeira, só possível porque os Srs. Banqueiros e financeiros tornaram-se vítimas de um sistema por eles montado e que durante muitos anos lhes deu muito dinheiro a ganhar (paletes de dinheiro).
Ora se havia altura que devíamos aproveitar para reconverter, ou no mínimo repensar toda a actividade financeira era esta. Mas não. Apenas sacudimos a poeira e continuamos em frente como se nada fosse. Esta atitude vai-nos reconduzir ao ponto do qual queremos sair, e que desta forma parece ser um ponto sem retorno.
Continuamos a acreditar que a maneira para sairmos da crise é estimular o consumo privado (não falo do público, porque esse é mais controverso). Mas qual consumo??? Então não é de conhecimento geral que as famílias estão sobre endividadas?Desta forma não estaremos a sair da crise, estaremos apenas a aumenta-la a prazo.
Perguntam-me então, “ mas não há solução para este problema??”.
2 respostas possíveis:
- A curto prazo digo já que não. Qualquer solução terá que passar pelo médio e longo prazo. No curto prazo há que aguentar e …. Carinha alegre.
- No longo prazo prevejo alguma melhoria. Como?. Poderá ser através do aumento do consumo privado, mas á medida que as famílias vão terminando alguns dos seus empréstimos, isto é, à medida que os vão liquidando.
Mas dizem-me…” ah e tal …mas a maioria das pessoa tem empréstimo habitação que só acabará de os pagar aos 65, 70, anos o que levará muito tempo, demasiado tempo para qualquer economia sobreviver em crise. Verdade, mas não inteiramente, vejamos.
As famílias tem empréstimos habitação. Correcto. Mas também tem outros empréstimos paralelos como os dos móveis, electrodomésticos, férias, mota, mota de água, carro para a mulher, para a filha e para o filho, enfim existem toldos os tipos de crédito e mais alguns. São estas despesas que as familias tem que cortar. Para quê 2 carros, porque não um passe de transportes públicos e um carro??, Para quê uma televisão xpto se a lá de casa funciona bem. Não podemos ir de féria para o Algarve?, fazemos praia em Vila do Conde, ou na Costa da Caparica. Porquê comprar casa e não arrendar??? O que quero com isto dizer é que uma das maneiras de sair da crise é controlar os impulsos consumistas e não incentiva-los. Consumir sim, é necessário e essencial para todas as economias, mas com critério, com bom senso.
Outra coisa, não me parece que se passarmos de um crescimento de -2,6, para -2,1, estejamos propriamente no princípio de uma retoma, ou de uma recuperação económica. Estaremos no máximo num decrescimento menor. Controlem-se por favor. Estamos no inicio de uma longa viagem para sair da crise e lembrem-se que para o bem de todos é bom que nada continue como dantes….
Adeus e até o meu regresso…

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