INFLAÇÃO/DESEMPREGO - PHILLIPS

Ora viva.
Hoje li uma noticia sobre os dados relativos ao desemprego na zona Euro. Segundo últimos dados, a taxa de desemprego na zona euro subiu 0,1 pontos percentuais, em Agosto, face ao mês anterior. No entanto em Portugal desceu 0,1 pontos para 9,1% (dados do Eurostat). Só por curiosidade, a taxa de desemprego em Espanha é de 18,9% (como facilmente se percebe, superior em mais do dobro da taxa de desemprego em Portugal).

Esta notícia despertou-me curiosidade, porque me lembrei dos mensageiros das más noticias, que já há algum tempo andam a falar da inflação. O que é a inflação? Mais não é do que a subida generalizada dos preços de bens e serviços. O que nos pode levar à inflação? A lei da oferta e da procura. Resumidamente, muita oferta pouca procura, resulta numa diminuição dos preços (por exemplo o que se está a passar no mercado imobiliário, onde verificamos uma diminuição do preços por m2, sendo que existem habitações, que hoje valem menos do que quando foram compradas). Inversamente, muita procura, pouca oferta, resulta num aumento dos preços (por exemplo o mercado imobiliário antes da crise).
Para verificarmos um aumento da inflação que se torne preocupante, têm que por um lado aumentar a procura de bens e serviços, ou por outro lado terá que diminuir a oferta de bens e serviços, ou ambas. No fundo estamos a falar de aumentar o consumo.
Muito se tem discutido e falado acerca desta relação entre inflação e desemprego (curva de Phillips), ao longo dos anos no seio da Teoria Económica. Sei que esta relação não será directa, poderá haver sectores de actividade em crise e consequentemente com maior desemprego e outros com maior desemprego. Há também que ter em conta a inflação pela inércia (“Corresponde à inflação incorporada nas expectativas dos agentes (ou de possível antevisão) num determinado momento do tempo”). Poderíamos também entrar em linha de conta com a taxa de desemprego “natural” (admite-se que existe um “nível mínimo de desemprego que uma economia pode sustentar no longo prazo”). Esta taxa “natural de desemprego”, é que vai ser o “pêndulo” na relação desemprego/inflação e vice-versa.
Assim, a inflação tende a reproduzir-se pelas expectativas dos agentes económicos (inflação pela inércia), mantendo-se ao longo do tempo de acordo com a sua evolução histórica, caso não seja afectada por “variações inesperadas” por parte da procura ou dos custos.
No curto prazo, uma variação positiva da procura e consequente diminuição da taxa de desemprego abaixo da taxa “natural”, leva tendencialmente a um aumento da taxa de inflação.
No Longo prazo, numa fase de desemprego abaixo da taxa “natural”, a inflação tenderá a ser crescente e esta aumentará enquanto a taxa de desemprego se mantiver abaixo da taxa Natural.

Deixando o "Economês", isto quer dizer desemprego elevado, fraco consumo, inflação baixa.
Desemprego baixo, elevado consumo, inflação alta.
A tendência da inflação é para aumentar, mas, enquanto a taxa de desemprego não diminuir, o fenómeno da inflação não será muito preocupante. A inflação irá aumentar, naturalmente, até como resultado das injecções de capital e medidas contra crise tomadas pelos Estados.
Por hoje é tudo.
Adeus e até ao meu regresso.

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