ALUNOS E ESTATUTOS

Ora viva!
O que me trás cá desta feita é o “novo estatuto do aluno”.

Pois bem. Estes dias ao ler o “Público” deparei-me com a notícia, que o estatuto do aluno não agrada aos alunos, mas agrada aos representantes das associações de pais e aos professores. “Agrada-lhes o reforço da autoridade dos docentes e dos directores, a valorização da aprendizagem, a agilização de medidas disciplinares e a responsabilização dos estudantes.”. Se isto não era assim, mas quem é que mandava nas escolas!!??. A resposta a esta minha pergunta veio logo a seguir “Já estes (os alunos) vêm estas alterações ao documento de uma perspectiva diferente. E consideram que, com a aprovação do novo estatuto pela Assembleia da República, ontem, se deu mais um passo para afastar os alunos da escola”. E continua. “Quer um exemplo? O novo estatuto prevê que os alunos tenham de pagar o material que estragam. Isto é pedagógico? (respondo eu que não, juntamente com a factura do material estragado deveriam vir uns tabefes em alguns casos, mas isto sou eu a falar…peço desculpa vamos deixar o Sr. Aluno continuar) “Não é. Se um aluno partir um vidro e for obrigado a paga-lo, no dia seguinte parte outro e dois dias depois outro ainda.” (Lindo!). “Porque a obrigação da escola não é castiga-lo, mas explicar-lhe porque não deve andar a partir vidros”. E a argumentação continua, por um outro aluno “ O objectivo parece ser afastar os alunos das escolas”.

Ora bem. Cá vai e por partes.
Segundo os alunos sempre que alguém cometa um acto de vandalismo, como partir um vidro, não o deve pagar, porque senão no dia seguinte parte outro… e se também tiver de pagar o segundo vidro partido parte outro a seguir… (daqui deduz-se que se não tiver que pagar, ele deixa de partir vidros… Argumentação astuta).
Por mim, ao fim do segundo vidro partido levava um tabefe e se volta-se a partir voltava a levar. Se insistisse muito nos actos de vandalismo, seria expulso da escola e o caso entregue à polícia. Dúvidas??
Seguinte. “A obrigação da escola não é castiga-lo, mas explicar-lhe porque é que não deve andar a partir vidros”.
Nada disso, os meninos não podem ser castigados, coitados. Não é pedagógico. É como reprovar (este reprovar deve ser lido como um sussurro, é uma palavra proibida, traumatiza as criancinhas), não se diz reprovar diz-se reter (tipo retenção de líquidos).

Parte desta fantochada, é culpa das políticas seguidas ao longo dos anos, na educação. Andamos a perder tempo. Andamos a fazer experiências. Só que estas experiências têm repercussões directas na vida dos alunos, das suas famílias e em último caso, no país que somos, ou que queremos ser.

Basicamente a indignação dos alunos passa por:
- O novo estatuto prevê que hajam faltas justificadas e não justificadas e que se reprove…, peço desculpa que se fique retido, caso o limite das não justificadas seja ultrapassado (embora antes ainda seja sujeito a um “percurso escolar alternativo”).
- Quando atingida metade do limite de faltas injustificadas, os encarregado de educação são chamados a colaborar numa solução. Caso não resulte e o comportamento se mantenha a escola deve alertar a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens.
- Possibilidade de suspensão preventiva, passa de um máximo de 5 dias, para dez dias e em casos excepcionais o director pode suspender o aluno por um dia antes da abertura do processo disciplinar.

Para que se perceba que o futuro dos países está nos jovens e a importância que uma politica educativa eficaz pode ter até no valor do PIB.
“Com uma escolaridade ao nível europeu, o PIB português ganharia 14% a 33%. E seria maior se os alunos soubessem o mesmo que os finlandeses”. (Jornal Expresso).
Quem disse que a educação não é um, bom investimento?

Adeus e até ao meu regresso…

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