Fome!!!
Ora viva.
Cá estamos nós
novamente, para mais uma “descascadela”!! (sim eu sei preferiam gajas, mas é o
que há). Então, cá vai…
Por estes dias, na
mui nobre cidade “inbicta”, mais concretamente na rua de Santa Catarina, um
jovem desagradado com a vida decidiu passar fome. Até aqui tudo normal, uma
pessoa a passar fome em Portugal não é novidade, o caricato desta questão é a
voluntariedade do acto. Pelos vistos o menino não encontrava emprego na área correspondente
à sua formação académica. Vai daí e a desgraça bateu-lhe à porta… teve que ir
viver com os pais. Um sentimento de dor invadiu-me o espírito. Coitadinho do
menino (pensei eu), não consegue arranjar emprego e tem de passar pelo martírio
de ter um tecto, roupa lavada e comida na mesa…eu sei, também tem de aturar os
velhotes… mas como se diz em economês, não há almoços grátis, portanto “aguenta”!!!
Não obstante, o
jovem decidiu voluntariamente não meter nada no bucho até alguém lhe arranjar um
emprego, “tipo” caridade, como alguém que vê um mendigo a pedir e lhe dá uma
esmola.
Fui novamente invadido, desta vez por um sentimento de impertinênca o qual faço questão de partilhar:
Primeiro, este
jovem no fundo estava a fazer um estágio para quando tiver emprego. Eu percebo,
é jovem não pensa, mas deviam avisa-lo que com aquilo que pagam à maioria dos
trabalhadores dá no máximo para andarem sub nutridos.
Segundo, o jovem
queria (e conseguiu) arranjar emprego, não pelas suas competências
profissionais e/ou académicas e/ou pessoais (como a maioria dos comuns), mas
antes pela capacidade de resistir à comida da mama.
Terceiro, se
todos os jovens desempregados deste país resolvessem entrar em greve de fome,
entraríamos em concorrência directa com o Biafra, ou o Ruanda.
Vá, agora que
arranjas-te emprego, vai mas é trabalhar pá!
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